A artrose de joelho é uma das doenças reumáticas mais frequentes e incapacitantes, especialmente após os 50 anos. Trata-se de um processo degenerativo que compromete a cartilagem da articulação, levando à dor, rigidez e limitação progressiva dos movimentos. Embora seja comum, cada paciente apresenta manifestações e necessidades diferentes, razão pela qual o diagnóstico e o tratamento individualizados são fundamentais.
O que é artrose de joelho?
A artrose de joelho — também chamada de osteoartrite do joelho — é uma condição crônica em que ocorre o desgaste gradual da cartilagem que recobre as extremidades ósseas do fêmur, da tíbia e da patela. Essa cartilagem tem função amortecedora e permite o deslizamento suave das superfícies articulares. Quando se degenera, o atrito entre os ossos aumenta, provocando inflamação, dor e deformidade.

Atualmente, entende-se que a artrose não é apenas um simples “desgaste mecânico”, mas uma doença metabólica e inflamatória do tecido articular. Fatores genéticos, hormonais e até metabólicos participam desse processo, tornando-a muito mais complexa do que se imaginava anteriormente.
A epidemiologia mostra que cerca de 15 % dos brasileiros acima de 60 anos têm algum grau de artrose de joelho, e que as mulheres são mais afetadas, sobretudo após a menopausa, quando há redução do estrogênio, hormônio que exerce papel protetor sobre a cartilagem.
Do ponto de vista fisiopatológico, ocorre perda da cartilagem hialina, proliferação do osso subcondral (osteófitos) e inflamação da membrana sinovial. Esses fenômenos alteram o alinhamento e a estabilidade da articulação, agravando o ciclo de dor e limitação.


Dr. Emerson Gimenez, reumatologista em São Paulo, tem experiência de quase 20 anos no tratamento da artrose de joelho.



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Quais são os sintomas da artrose de joelho?
Dor articular
Geralmente surge ou piora com o movimento e melhora com o repouso. Com a progressão, a dor pode tornar-se constante. Um aspecto muito comum é a dor no início do movimento, ou seja, quando a pessoa sai do estado de repouso (parado) e começa a caminhar. A isso, damos o nome de dor protocinética.
Rigidez matinal
Caracteriza-se pela dificuldade de movimentar o joelho ao acordar, durando poucos minutos, mas refletindo inflamação local. Uma vez iniciado o movimento, a rigidez tende a desaparecer.
Inchaço
A inflamação da membrana sinovial, que é uma membrana presente dentro da articulação, leva ao acúmulo de líquido e consequentemente fazendo o joelho parecer aumentado de volume.
Crepitação
Sensação de “areia” ou “rangido” ao movimentar o joelho, causada pelo atrito entre as superfícies ósseas. É um dos sintomas mais comuns e pode estar presente mesmo sem dor associada.
Diminuição da amplitude de movimento
O paciente percebe que não consegue dobrar ou estender completamente a perna. Geralmente surge em estágios mais avançados da doença ou se houver fragmentos de cartilagem livres dentro da articulação.
Deformidades
Em casos avançados, o joelho pode desviar-se para dentro (varo) ou para fora (valgo).
Fraqueza muscular
A dor e a limitação reduzem o uso dos músculos da coxa, favorecendo sua atrofia. Uma complicação muito frequente, infelizmente.
Instabilidade
Sensação de que o joelho “falha”, especialmente ao subir ou descer escadas. Geralmente associada a lesões dos ligamentos dos joelhos.
Calor local
Decorre da inflamação da membrana sinovial, que aumenta o fluxo sanguíneo local.
Estalos
Sons articulares que ocorrem quando há irregularidades entre as superfícies ósseas.

Quais são as causas e fatores de risco da artrose de joelho?
Idade
O envelhecimento é o principal fator, pois a regeneração da cartilagem diminui com o tempo.
Predisposição genética
Famílias com histórico de osteoartrite têm maior risco, indicando herança multifatorial.
Sexo feminino
As mulheres apresentam maior incidência, principalmente após a menopausa.
Excesso de peso
O sobrepeso aumenta a sobrecarga mecânica sobre o joelho, acelerando o desgaste.
Traumas prévios
Lesões antigas, como rupturas de ligamentos ou fraturas, podem alterar a biomecânica articular.
Atividades repetitivas
Profissões ou esportes com movimentos intensos de flexão e extensão favorecem microlesões.
Sedentarismo
A falta de estímulo muscular reduz a estabilidade e o amortecimento articular.
Doenças metabólicas
Condições como diabetes e dislipidemia associam-se à inflamação crônica de baixo grau.
Maus alinhamentos
Deformidades nos membros inferiores aumentam a pressão em pontos específicos da cartilagem.
Histórico de artrite inflamatória
Artrite reumatoide e gota podem desencadear desgaste secundário do joelho.
Quais são os diagnósticos diferenciais da artrose de joelho?
O reumatologista tem papel essencial para distinguir a artrose de joelho de outras doenças que cursam com dor e limitação articular. Essa diferenciação exige tempo de consulta, escuta detalhada e experiência clínica para interpretar sintomas e exames.

Diferenciação de outras condições
- Artrite reumatoide: envolve inflamação simétrica e múltiplas articulações.
- Condromalácia patelar: atinge jovens, com dor anterior no joelho.
- Gota: crises súbitas e intensas, com grande inflamação e vermelhidão.
- Bursite anserina: dor localizada na face interna inferior do joelho.
- Lesão meniscal: dor e travamento mecânico após movimentos específicos.

Exames complementares usados na abordagem da artrose de joelho
- Radiografia simples: evidencia estreitamento do espaço articular e osteófitos.
- Ressonância magnética: útil para avaliar cartilagem e estruturas moles.
- Ultrassonografia: identifica derrame articular e inflamações de partes moles.
- Exames laboratoriais: ajudam a excluir causas inflamatórias sistêmicas.

Pessoas com dor crônica nos joelhos frequentemente consultam vários especialistas e realizam múltiplos exames, perdendo tempo e recursos, até encontrarem um reumatologista experiente, que finalmente esclarece o diagnóstico e indica o tratamento adequado.

Qual é o tratamento para a artrose de joelho?
O tratamento deve ser sempre individualizado, levando em conta o grau da artrose, a idade, o nível de atividade e a presença de outras doenças. Esse é o enfoque central do meu trabalho em consultório.
Tratamento não farmacológico para artrose de joelho
- Perda de peso: reduz significativamente a sobrecarga sobre o joelho.
- Fisioterapia: melhora força muscular e amplitude articular.
- Atividade física regular: exercícios de baixo impacto como hidroginástica e bicicleta ergométrica.
- Terapias complementares: acupuntura e pilates podem ajudar no controle da dor.
- Uso de órteses e palmilhas: corrigem desalinhamentos e reduzem pressão sobre a articulação.
Tratamento farmacológico para artrose de joelho
- Analgésicos simples, opióides e anti-inflamatórios: aliviam dor e inflamação.
- Suplementos condroprotetores: podem auxiliar na vitalidade da cartilagem articular.
- Infiltrações intra-articulares: reduzem dor em fases de crise e garantem proteção mecânica.
- Medicamentos tópicos: géis e pomadas podem ser úteis para alívio local.
Procedimentos médicos para artrose de joelho
- Viscossuplementação: aplicação de ácido hialurônico intra-articular melhora o deslizamento articular e garante proteção mecânica entre os ossos do joelho.
- Bloqueios anestésicos: indicados em casos selecionados de dor refratária.
- Cirurgia (artroplastia): opção final quando há desgaste severo e falha das demais terapias. Neste caso, o joelho doente é substituído por uma prótese.

Saiba mais sobre o tratamento com ácido hialurônico na artrose de joelho clicando aqui.
Correção de fatores perpetuantes
- Controle de doenças associadas: diabetes e hipertensão devem estar compensadas.
- Adequação postural: evita sobrecarga crônica.
- Manutenção da força muscular: indispensável para estabilizar o joelho.

Como a artrose de joelho afeta a qualidade de vida?
Limitações físicas e funcionais
A dor e a rigidez restringem movimentos simples, como caminhar, subir escadas ou se levantar de uma cadeira.
Impacto no sono
Desconforto noturno e dificuldade para encontrar posição adequada reduzem a qualidade do descanso.
Aspectos emocionais e psicológicos
A dor crônica pode gerar ansiedade, tristeza e até sintomas depressivos. A artrose de joelho é um dos principais fatores de isolamento social do idoso, infelizmente. Para saber mais a respeito, te convido a ler este artigo escrito por mim, clicando aqui.
Impacto social e profissional
A limitação física interfere na vida social e na produtividade laboral.
Custos financeiros
O tratamento contínuo e a perda de produtividade representam impacto econômico considerável para o paciente e sua família, além de onerar os sistemas de seguridade social no Brasil e no mundo.
Qual a importância do diagnóstico precoce e do tratamento especializado na artrose de joelho?
Identificar a artrose de joelho precocemente diminui as chances de cronificação e complicações articulares. Ademais, um reumatologista experiente é capaz de instituir o tratamento adequado, controlando a dor e retardando a progressão da doença.
A abordagem multidisciplinar, coordenada pelo reumatologista, permite combinar fisioterapia, controle de peso, medicamentos e acompanhamento psicológico, alcançando melhores resultados e qualidade de vida.


Quando procurar um reumatologista
Procure um reumatologista se apresentar:
- Dor persistente nos joelhos
- Rigidez ou inchaço frequente
- Dificuldade para subir escadas ou caminhar
- Estalos dolorosos ao dobrar o joelho
- Deformidades ou sensação de instabilidade
Conclusão: reconhecendo e tratando a artrose de joelho
A artrose de joelho é uma condição complexa, mas controlável quando diagnosticada e tratada de forma adequada. Com o acompanhamento especializado, é possível reduzir a dor, melhorar a mobilidade e recuperar o bem-estar.
O reumatologista é o profissional mais preparado para integrar as diferentes abordagens terapêuticas, sempre com atenção ao indivíduo e não apenas à doença. Portanto, se você sente dor ou rigidez no joelho, não adie a consulta.
Cuidar da saúde articular é investir em qualidade de vida.
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