Dr. Emerson Alves Gimenez – Reumatologista em São Paulo

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Lúpus: entenda mais sobre essa doença autoimune

O que é lúpus?

O lúpus é uma doença autoimune crônica em que o próprio sistema imunológico, de maneira inesperada, passa a atacar tecidos saudáveis do corpo. Assim, o organismo perde sua capacidade de distinguir o que é próprio do que é estranho, gerando inflamação persistente em vários órgãos. Embora possa se manifestar em qualquer pessoa, o lúpus é mais comum em mulheres entre 15 e 45 anos, ainda que também possa ocorrer em homens e idosos.

Existem diferentes formas da condição, sendo o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) a mais frequente e complexa. Essa forma sistêmica pode comprometer articulações, pele, rins, pulmões, cérebro e sangue. Ademais, há o lúpus cutâneo, que afeta predominantemente a pele, e o lúpus induzido por medicamentos, que surge após o uso de certos remédios e costuma regredir após sua suspensão. Essas diferentes apresentações tornam o lúpus uma doença altamente variável, o que exige acompanhamento especializado.

A fisiopatologia envolve predisposição genética, fatores hormonais e estímulos ambientais que desencadeiam uma resposta imunológica desregulada. Eventualmente, anticorpos específicos como o anti-DNA e o anti-Sm participam de processos inflamatórios que danificam tecidos e órgãos. Assim, a inflamação contínua pode causar sintomas leves ou quadros graves, dependendo do órgão envolvido.

Para aprofundar a compreensão sobre os primeiros sinais, recomendo também a leitura do artigo “Lúpus: 6 sintomas da doença”, disponível em seu site:
👉 https://reumatologistasp.com.br/lupus-6-sintomas-da-doenca/



Dr Emerson Gimenez

Dr. Emerson Gimenez é especialista em Reumatologia formado na Universidade Federal de São Paulo e titulado desde 2006.

Quase 20 anos de experiência no tratamento do lúpus e outras doenças articulares.


Para ver minha avaliação e mais depoimentos de pacientes sobre meu trabalho, te convido a conhecer meu perfil no Google, clicando aqui.


Quais são os principais sintomas do lúpus?

Fadiga intensa

A inflamação sistêmica gera cansaço persistente, que muitas vezes impede atividades simples do dia a dia.

Dor e inchaço articular

Sintoma semelhante ao da artrite reumatoide; ocorre devido à inflamação das articulações, especialmente mãos e joelhos.

Lesões de pele

Aparecem principalmente no rosto e são agravadas pela exposição ao sol. Para entender mais sobre pele e lúpus, veja este artigo interno:
👉 https://reumatologistasp.com.br/pele-e-lupus/

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Sinal da asa de borboleta clássico do lúpus.

Sensibilidade ao sol (fotossensibilidade)

Mesmo exposições leves podem desencadear lesões.

Queda de cabelo

Ocorre devido à inflamação do couro cabeludo ou ao uso de certos medicamentos.

Febre baixa persistente

Surge pela atividade inflamatória sistêmica, mesmo sem infecção.

Úlceras na boca

Estomatites podem aparecer em períodos de atividade da doença.

Inchaço nas pernas

Pode ser sinal de acometimento renal (nefrite lúpica).

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O comprometimento renal no lúpus é um dos mais preocupantes

Dor no peito

Pode indicar inflamação da pleura ou do pericárdio.

Alterações neurológicas

Incluem dificuldade de concentração, cefaleia e crises convulsivas em casos mais graves.



Quais são as causas e fatores de risco ligados ao lúpus?

Predisposição genética

Certos genes aumentam a chance de desenvolver a doença.

Hormônios femininos

O estrogênio influencia diretamente a atividade imunológica.

Exposição solar

A radiação UV desencadeia lesões cutâneas e ativa o sistema imunológico.

Infecções virais

Podem funcionar como gatilhos inflamatórios.

Estresse físico e emocional

Impacta o sistema imunológico e pode precipitar crises.

Medicamentos específicos

Hidralazina, procainamida e isoniazida podem induzir lúpus medicamentoso.

Tabagismo

Aumenta a inflamação, ativa anticorpos e piora o controle clínico.

Alterações hormonais

Gravidez e puerpério podem influenciar períodos de atividade.

Poluição ambiental

Partículas inaladas podem ativar a resposta imune.

Baixa vitamina D

Está associada a atividade mais intensa do lúpus.


Quais doenças podem se confundir com lúpus?

O lúpus apresenta sintomas variados, semelhantes a várias outras doenças autoimunes e inflamatórias. Portanto, o papel do reumatologista é essencial, já que a avaliação detalhada e o exame físico completo permitem diferenciar corretamente essas condições, evitando atrasos diagnósticos e tratamentos inadequados.


Diferenciação de outras condições:

  • Artrite reumatoide: pode causar dor e rigidez articular, mas sem o padrão sistêmico amplo do lúpus.
  • Espondilite anquilosante: envolve principalmente a coluna, diferentemente do LES.
  • Artrite psoriásica: associada à psoríase, com padrão distinto nas unhas e articulações.
  • Fibromialgia: causa dor generalizada, mas não provoca inflamação, febre ou alterações laboratoriais.
  • Síndrome de Sjögren: pode coexistir com o lúpus, mas predominantemente causa secura ocular e oral.
  • Doenças infecciosas: como mononucleose, HIV e hepatites, que podem simular sintomas sistêmicos.

Exames complementares:

  • FAN (Fator Antinuclear): exame inicial mais utilizado.
  • Anti-DNA e Anti-Sm: altamente específicos para LES.
  • Hemograma: identifica anemia, plaquetopenia ou leucopenia.
  • Função renal: essencial para suspeita de nefrite lúpica.
  • Função hepática: avalia envolvimento sistêmico.
  • Urina tipo I: detecta perda de proteína ou sangue.
  • Complemento (C3 e C4): níveis baixos sugerem atividade da doença.
  • Biópsia de pele ou rim: usada em casos selecionados.

Pessoas com sintomas crônicos acabam consultando diversos especialistas e realizando múltiplos exames, perdendo tempo e recursos até chegarem ao reumatologista experiente, que enfim consegue fechar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.



Como é o tratamento para o lúpus?

O tratamento do lúpus deve ser sempre individualizado, pois cada paciente manifesta a doença de maneira diferente. Assim, o foco é controlar a inflamação, evitar danos aos órgãos e promover qualidade de vida, sempre acompanhando de perto atividade clínica e laboratorial.

Tratamento não farmacológico para lúpus

  • Proteção solar rigorosa: uso de filtro solar FPS 50 e barreiras físicas.
  • Atividade física orientada: reduz inflamação e melhora a disposição.
  • Sono adequado: fundamental para o equilíbrio imunológico.
  • Alimentação anti-inflamatória: rica em ômega 3, vegetais e proteínas magras.
  • Evitar tabagismo: reduz atividade da doença.
    Para hábitos que ajudam no controle do lúpus, recomendo também este artigo interno:
    👉 https://reumatologistasp.com.br/lupus-habitos/
O protetor solar é um dos maiores aliados na prevenção da atividade lúpica na pele.

Tratamento farmacológico para lúpus

  • Hidroxicloroquina: base terapêutica para quase todos os pacientes.
  • Corticosteroides: utilizados em crises, em doses ajustadas conforme gravidade.
  • Imunossupressores: azatioprina, micofenolato, ciclofosfamida.
  • Biológicos: belimumabe e anifrolumabe.
  • Anti-inflamatórios: para dores articulares e musculares.

Procedimentos médicos para lúpus

  • Biópsia renal: indicada quando há suspeita de nefrite lúpica.
  • Biópsia de pele: utilizada em casos de lúpus cutâneo.

Correção de fatores perpetuantes

  • Tratamento de infecções
  • Controle de comorbidades
  • Ajuste de medicamentos desencadeadores
  • Redução do estresse físico e emocional

Qual o impacto do lúpus na qualidade de vida?

Limitações físicas e funcionais

A dor, o cansaço e a inflamação persistente dificultam tarefas cotidianas.

Impacto no sono

Crises inflamatórias prejudicam o descanso, aumentando a fadiga.

Aspectos emocionais e psicológicos

Convivência com doença crônica pode gerar ansiedade e tristeza.

Impacto social e profissional

Exames, consultas e variações de energia interferem na rotina e no trabalho.

Custos financeiros

Medicamentos, deslocamentos e afastamentos impactam o orçamento familiar.


Qual a importância do diagnóstico precoce e do tratamento especializado?

Identificar o lúpus precocemente é crucial para prevenir danos irreversíveis em órgãos vitais. Portanto, iniciar o tratamento o quanto antes reduz exacerbações, previne hospitalizações e melhora o prognóstico geral.

O reumatologista experiente identifica os subtipos da doença, monitora atividade inflamatória e ajusta o tratamento conforme a resposta clínica. Ademais, orienta mudanças de estilo de vida que complementam a terapêutica.

Além disso, a abordagem multidisciplinar — envolvendo dermatologia, nefrologia, nutrição, psicologia e fisioterapia — oferece cuidado integral e melhora significativa na qualidade de vida.


Quando procurar um reumatologista

Procure o especialista se apresentar:

  • Fadiga persistente
  • Dor articular com inchaço
  • Lesões de pele desencadeadas pelo sol
  • Queda de cabelo anormal
  • Febre baixa sem causa aparente
  • Inchaço nas pernas
  • Alterações na urina
  • Episódios de confusão ou dor no peito

Reeconhecendo e tratando o lúpus

O lúpus é uma doença complexa, mas totalmente tratável com diagnóstico precoce, acompanhamento cuidadoso e tratamento adequado. Assim, entender os sinais e procurar ajuda médica rapidamente faz toda a diferença no controle da doença e na prevenção de danos.

Ademais, com os avanços atuais, é possível viver com qualidade mesmo com lúpus, desde que haja acompanhamento regular e adesão ao plano terapêutico. Portanto, se você identificou algum dos sintomas descritos, não hesite em procurar um reumatologista.

Até breve! 😊 E te convido a me acompanhar no Facebook e no Instagram para mais conteúdos sobre saúde e bem-estar.


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